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Reflexão: E-books

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38abd-ebooksHey, pessoas!

No Momento de hoje, eu gostaria de falar sobre um assunto que vem em alta, especialmente com o lançamento do Kobo e afins: o e-book.

Quem nunca ficou navegando pelos e-books grátis da Amazon procurando por algo que parecesse interessante? Agora, cá entre nós, quantos dos livros que você baixou foram lidos de fato?
Eu mesma admito, li apenas 1 dos quase 20 títulos que tenho no iPad.

Com a vinda da Amazon para o Brasil e o lançamento do Kobo, parece que houve um boom no país. Todo mundo agora só fala de eReaders e e-books, editoras anunciam vários dos seus livros no formato e algumas até parecem ter esquecido que já existe partes de séries em livro físico. Sem falar daquelas que agora só querem saber disso e mais nada.

Bem, não vou ser hipócrita de negar a praticidade e as muitas vantagens envolvidas nesse tipo de publicação, claro, mas acho que começar a impor isso aos leitores já é um pouquinho demais. E não, não é exagero meu. Ultimamente venho sentindo como se as editoras no Brasil estivessem querendo forçar o desuso dos livros físicos em prol dos digitais só porque -convenhamos- é mais prático e barato para eles.

Ai você vem me dizer: “Ah, Gabi, mas você não acha o e-book muito mais prático?”
E eu te respondo: Honestamente? Não.

Assim, vocês já viram aquela imagem do kamasutra da leitura? Vamos dizer que eu domino muito bem essa arte e não tenho disposição, paciência ou vontade de aprender o kamasutra do iPad/Kobo/Wathever.

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Sem contar que eu sinto muita dor de cabeça quando leio no iPad, mesmo com todas as configurações para ficar confortável e o que for, tenho uma inabilidade nata para ler em qualquer veículo em movimento e ainda penso que as chances de ter um livro roubado enquanto leio no ponto de ônibus são bem menores das que tenho se tirar um iPad da bolsa.

Mas como eu disse, não nego que haja alguma vantagem nesse tipo de publicação, adoraria poder levar meu Guerra dos Tronos para ler na aula, o que é meio impossível de passar despercebido com o livro físico. E mesmo assim, existem os livros pocket para todo bom leitor fadado à aulas infernais.

Também estou ciente da vantagem de não precisar esperar a entrega e pagar frete. Mas o que eu faria da vida se não tivesse toda aquela ansiedade da espera, se eu não tivesse mais razões para esperar pelo carteiro no portão, até mesmo na chuva, por aquele livro mais que desejado? O que eu vou cheirar antes de ler?

Parece coisa de doida, mas quem é leitor viciado sabe do que eu estou falando. Livros físicos estão por aí há muito tempo, não é apenas uma questão de praticidade, tem uma série de hábitos e sentimentos arraigados muito complicados para serem explicados. É uma coisa que todo leitor sente por seus livros, um amor quase incondicional, como se apenas os seus livros soubessem quem você é de verdade e te entendessem. Chame até mesmo de sentimentalismo, algo inexplicável que brota desde a primeira vez que você pega em um livro, que você se indentifica com um personagem.

Particularmente, não acho que um e-book passe a mesma sensação. Não tem o cheiro inebriante de um livro novo, ou mesmo velho, e não desperta aquele carinho e conexão que desenvolvemos com os livros físicos. E isso é parte importante da leitura, do processo de imersão naquele mundo, sem contar a percepção dos detalhes como o acabamento do livro, a diagramação, etc.

Yeah, yeah, alguns podem achar que é conversa de sentimentalóide, mas no mundo em que vivemos onde as pessoas estão cada vez mais afastadas, até mesmo a conexão com os livros está se tornando fria e distante.

E, ok, essa é a minha opinião. Mas isso significa que sou obrigada a engolir os e-books só pela “modernidade”? Acho que os e-books sejam uma opção melhor para algumas pessoas, mas esse não é o meu caso, e acredito que também não seja o de várias pessoas por ai, e nós somos obrigados a nos “atualizar”?

Não tenho nada contra o e-book, estou aqui mais para discutir a postura tomada por certas editoras que me incomodaram nos últimos dias. Livros físicos podem até cair em desuso eventualmente -e espero já ter partido quando isso acontecer- mas impor essa mudança agora é até desrespeitoso com os leitores, sem falar nos parceiros que são comunicados, depois de aceitarem parceria, que haverá mudanças e só serão disponibilizados e-books.

Sim, será uma mudança gradual, e pode até não acontecer. Quem disse que toda modernidade pega? Além do que não tenho achado que os e-books estejam com preços tão acessíveis assim, querer vender e-book por preço de livro físico é querer abusar da boa vontade do leitor.

E, antes que alguém fale, não sou do tipo retro só por não ser a favor de e-books. Também sou doida para morar em outro planeta, por tecnologia de imersão e por toda essa parafernalha tecnológica e futurista, mas isso não significa que não tenho valores “quadrados” e “sentimentais”, e que não queira continuar com eles.


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